quinta-feira, 2 de maio de 2024

Murmúrio Sepulcral

 

No desdobramento sombrio do passado,
Erguem-se as sombras que obscureceram a jornada,
Trazendo consigo o eco dos lamentos antigos,
Sussurros sepulcrais em sinfonia macabra.

Sinto o calor de uma presença já ausente,
Lembrança que queima na penumbra do presente.
As luzes, outrora vivas, murcham no crepúsculo,
Tingindo o ar com o odor da memória sepulcral.

Passos ecoam como o pulsar de um coração moribundo,
Aproximando-se inexoravelmente do abismo que me cerca.
Mas aqui, neste precipício da alma,
Não há mais o que perder.

O abismo, sombrio em sua impenetrável escuridão,
Revela-se como único refúgio possível.
Talvez, nesse derradeiro chamado,
Encontre a paz tão almejada,

Lançando-me ao vazio,
Que agora se ergue como única salvação.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Espaço


Na ausência de uma essência definida, a transcendência ao deixar de existir resulta em uma transformação inexistente. 

A busca por ocupar espaços efêmeros reflete a futilidade de uma existência vazia.

A suposta dor da partida é questionada, despojando mitos sobre paraísos e salvação como ilusões. 

A vida eterna é desmistificada como um vazio, e a inexistência é aceita como a verdade fundamental. 

A insignificância existencial permeia a compreensão de que nada somos, nada existe, e o vazio da escuridão sempre prevalecerá.

sábado, 6 de janeiro de 2024

Devaneio

Neste quarto escuro, pondero sobre a ideia de cessar a existência,talvez seja um momento de fragilidade ou uma convicção sem sentido de perseverar.


Todas as coisas se revelam monocromáticas e desprovidas de esperança, a ponto de não haver razão para prosseguir.


Contudo, isso pode ser apenas um devaneio momentâneo, sussurrando para que eu continue.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

Ecos

As memórias, emissárias da saudade, acariciam antes de ferir, como o silêncio da madrugada.

Amiga inicial, revela-se algoz, portadora da solidão, cruel e avassaladora; resta apenas a desesperança.

Questionar o existir torna-se necessário, mesmo que o destino nos negue.

Em desolação, permanecem as memórias, fragmentos de um passado que não ressurgirá.

sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Porta

No auge da minha terceira década, vislumbro a veracidade de suas previsões,

Suas palavras ressoam com a mais profunda convicção.

A felicidade, agora, é efêmera,

Assim, peregrino na estação da vida.

As Lágrimas que deslizam em meu rosto carregam consigo a gélida solidão.

Você estava certa, a vida é uma desilusão.

Lentamente, abandono-me, observando a esperança desvanecer-se ao vento.

A desesperança, tornou-se a minha única e constante companhia.

Sinto a cada batida do relógio, o fim.

A coragem, outrora sufocada, agora se ergue como uma sombra profunda e desoladora.

Suas previsões se cumpriram, não resta mais o que fazer.

O ciclo da vida que espelha sua sabedoria, tornou-se um triste desatino da realidade.

As luzes estão se apagando,

Aproxima-se, então,
O trágico desfecho desta jornada.

sábado, 12 de agosto de 2023

Folhas

As folhas caem ao sopro do vento.

 Pessoas surgem e desvanecem, Semblantes alegres escondem os seus profundos tormentos internos.

As lágrimas, silenciadas, evitam macular a fachada fictícia de felicidade. 

O declínio se insinua e a angústia cresce de forma inexorável. 

Por que persistir, indago? 

Nada mais detém sentido, não há razão para prosseguir nessa jornada desvanecida. 

Recuso a prosseguir.

Notas já não ecoam como antes, os sons só me transportam à obscuridade.

O que resta é o silêncio, em sua penumbra, oferecendo-me a cura, Miragem!

A solidão, outrora amiga, tece meu único vínculo, a dor.

A agonia se aprofunda, o próprio aroma da morte se insinua.

Aproxima-se o instante de despedida; carece apenas coragem, um ato de ousadia!

Por quanto tempo ainda sustentarei tal padecimento?

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

21:19

Falta ar ao caminhar.

Visão turva do ser,

Propõe a incapacidade de enxergar,

A real direção.


Sede em mar aberto,

As chaves estão inalcançáveis.

Cansado de tentar entender,

Ao caminhar, o suor queima,

Escurece e não se pode ver.


Três estalos,

Cascalhos e poças de barro,

Com os pés sujos,

As marcas já não são vistas.


Agora, a esperança se desfez,

Sem tempo de esperar,

Outra hora possa me despedir,

Despido de alma,

Já não se pode suportar.